A L.A. Fitness Solutions entrevistou, em outubro de 2011, a professora de Educação Física Larissa Salgado, coordenadora das três modalidades olímpicas de ginástica do Club de Regatas Vasco da Gama, técnica de ginástica do Club de Regatas Vasco da Gama, diretora de ginástica de trampolim da Federação de Ginástica do Estado do Rio de Janeiro (FGERJ), árbitra nacional de ginástica de trampolim e professora da rede de academias BodyTech. Ela vai falar um pouco das características da ginástica, esporte cujas algumas modalidades são olímpicas e onde o Brasil se destaca nas competições mundiais.
L.A.: Qual a sua formação?
Larissa: Tenho uma licenciatura plena em Educação Física pela Universidade Gama Filho (UGF), uma especialização em treinamento de força também pela UGF e uma especialização em ginástica artística pela Universidade Gama e Sousa
L.A.: Quais as modalidades de ginástica que existem?
Larissa: São 6 modalidades de ginástica sendo 3 delas olímpicas:
- ginástica aeróbica: modalidade não olímpica onde os atleta devem executar passos básicos que envolvem flexibilidade, força, salto e equilíbrio. O Brasil tem uma campeã mundial nessa modalidade, a atleta Marcela Lopez.
- ginástica acrobática: modalidade não olímpica executada em pares, trios ou quartetos onde os ginastas devem executar quatro séries: uma de equilíbrio, uma dinâmica, uma combinada e uma de agilidade.
- ginástica para todos (somente em nível de apresentações): modalidade não olímpica que mescla um pouco de cada uma das outras modalidades.
- ginástica artística feminina e masculina: modalidade olímpica que envolve as provas de solo, cavalo com alças, argola, salto, paralelas simétricas e barra para homens e salto, paralelas assimétricas, trave de equilíbrio e solo para mulheres.
- ginástica rítmica: modalidade olímpica que desenvolve competições individuais e em conjunto nos aparelhos corda, arco, bola, maça e fita.
- ginástica de trampolim: modalidade olímpica que possui três aparelhos distintos, compondo um total de quatro provas independentes, ou seja, o atleta não é obrigado a competir em todas. As provas são: trampolim individual (mais conhecido como cama elástica), onde o atleta tem que executar dez elementos acrobáticos consecutivos; trampolim sincronizado, semelhante à prova anterior, porém com dois aparelhos dispostos lado a lado, onde dois atletas devem executar, simultaneamente, a mesma sequência de elementos acrobáticos; tumbling, que consiste de uma pista elevada, fabricada com bastões cobertos com um tipo de espuma, o que dá propulsão aos atletas que executam uma série de oito elementos acrobáticos consecutivos, demonstrando velocidade, força e habilidade. A última prova é o duplo mini trampolim onde existe um aparelho de estrutura metálica com rede e molas, com duas áreas distintas, sendo a primeira área com pequena inclinação e a segunda, disposta horizontalmente, onde o ginasta, a partir de uma corrida, salta sobre a parte inclinada, executa uma acrobacia e, logo em seguida, utilizando-se da segunda área, executa uma outra acrobacia para aterrissar sobre um colchão de espuma.
L.A.: Um atleta pode competir em mais de uma modalidade?
Larissa: Em nível estadual, brasileiro e mundial o atleta é confederado em uma única modalidade e só pode competir naquela modalidade – as que são olímpicas. Já nas modalidades não olímpicas não existe essa exigência.
L.A.: As competições são divididas por gênero? E as provas são as mesmas para homens e mulheres?
Larissa: Nas modalidades olímpicas as competições são divididas por gênero (feminino e masculino), com exceção da ginástica rítmica que é uma modalidade somente para mulheres. Nas modalidades de ginástica aeróbica e acrobática podem ser formadas duplas, trios e quartetos mistos, ou seja, homens e mulheres juntos. na ginástica para todos os grupos podem ser mistos e de idades variadas.
L.A.: Qual a melhor idade para se iniciar na modalidade?
Larissa: Quanto mais cedo, melhor. Quando a criança atinge a idade de 3 anos parece ser ideal e aconselhável a prática do esporte de forma lúdica, pois é possível começar a identificar se a criança tem talento para o esporte e, se for o caso, começar a competir a partir dos 9 anos.
L.A.: Onde as pessoas podem procurar centros de formação?
Larissa: A Federação de Ginástica do Estado do Rio de Janeiro (FGERJ) promove anualmente cerca de 15 cursos nas 6 modalidades de ginástica. Quem quiser se manter informado sobre os cursos pode enviar um e-mail para [email protected]
L.A.: O professor de ginástica deve ser formado em quê?
Larissa: Os professores, além de serem formados em Educação Física, são geralmente, ex-atletas que conhecem a fundo as modalidades. Isso não impede que profissionais de Educação Física formados ensinem as modalidades, desde que procurem uma complementação à sua formação.
L.A.: Qual o trabalho da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) na valorização e expansão da modalidade?
Larissa: A atual presidente Luciene Rezende está valorizando cada modalidade e investindo no que pode, acredito que a ginástica artística seja a modalidade onde mais se invista por trazer mais resultados, principalmente com os atletas Diego Hipólito e Jade Barbosa. A ginástica de trampolim ainda é um esporte em desenvolvimento mas já temos resultados expressivos como o 3° lugar da atleta Giovanna Bastos na etapa da Copa do Mundo no Japão em 2011 e Daienne Lima finalista das Olimpíadas da Juventude em Cingapura, 2010, além da medalha de prata conquistada pelo Rafael Andrade nos Jogos Panamericanos de Guadalajara em 2011. A ginástica rítmica brasileira é tradição nos Jogos Panamericanos – a equipe brasileira é tetracampeã no conjunto – mas corre o risco de ficar de fora das Olimpíadas de 2012 em Londres. Acredito que com o investimento que a CBG vem fazendo todas as modalidades tendem a crescer muito nos próximos anos.
L.A.: Os projetos sociais são importantes?
Larissa: Sim, muito! Atualmente, o mais importante deles é o Qualivida da ex-técnica Geogertte Vidor na ginástica artística. Entretanto, as prefeituras têm investido muito nesse esporte e podemos citar como exemplo apenas a modalidade ginástica de trampolim que tem projetos desenvolvidos nas prefeituras de Volta Redonda e Piraí no Rio de Janeiro e Contagem em Minas Gerais.
L.A.: Onde as pessoas podem encontrar mais informações sobre o esporte?
Larissa: Nos sites da Federação de Ginástica do Estado do Rio de Janeiro ou no site da Confederação Brasileira de Ginástica.
Você tem alguma pergunta para a professora Larissa Salgado?
Deixe nos comentários abaixo!