A L.A. Fitness Solutions entrevistou o professor de Educação Física e fisioterapeuta Rodrigo Perfeito, diretor do Instituto de Pilates, Fisioterapia e Educação – mais conhecido como Instituto Fisart, que falou sobre a a qualificação profissional e um pouco de seu trabalho nas suas duas áreas de atuação.
Qual é sua formação?
Sou graduado em Educação Física licenciatura pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ, graduando em Educação Física bacharelado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ, graduado em Fisioterapia pela Faculdade de Reabilitação a ASCE – FRASCE e Pós graduando Lato Sensu em Educação Física Escolar pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ.
Você escreveu um livro sobre bullying. De onde surgiu essa ideia?
Sempre estudei em escolas públicas. Lá tive o primeiro contato com o bullying, presenciando a vida de muitos amigos se depreciar devido a episódios rotulados como “brincadeiras” da idade. Mais criminosa ainda era a atitude das instituições, que nada faziam para amenizar a situação. Alcancei a faculdade, e lá o preconceito ainda existia. Agora, de uma maneira mais dolosa, pois os alunos utilizavam suas supostas inteligências para criar o preconceito ainda mais elaborado, estigmatizando seus colegas de classe.
Devido a isto, iniciei minhas pesquisas sobre a temática para entender o porquê as pessoas se divertiam ridicularizando as outras. Descobri, então, conceitos simbólicos que me ajudaram não só no tema, mas em minha vida. Daí surgiu o livro, quase um retrato de minha vivência na educação pública. O livro se chama “A Educação Física e o Bullying – A DesUtilização da Inteligência”.
Atualmente, você atua em que áreas?
Trabalho como revisor científico da Revista NovaFisio, com atendimentos particulares de fisioterapia, como professor de Pilates, além da docência e organização de cursos em minha empresa, o Instituto Fisart, e em outras empresas de cursos de Fisioterapia e Educação Física. Sou também pesquisador CNPQ de um laboratório da UERJ. Em resumo, diria que estou intimamente ligado aos setores de pesquisa e de cursos propriamente dito.
Você tem publicado muitos artigos científicos recentemente. Você acha importante que o profissional desenvolva esse lado mais acadêmico?
A pesquisa é um ramo diferente nas profissões. Assim como temos os profissionais que se destacam nas práticas aquáticas, laborais, entre outros, temos aqueles que se identificam mais com as pesquisas. Não acredito que é importante que todos desenvolvam a publicação. Defendo que todos devem ler artigos científicos, todos os dias, mas não que devam produzi-los. Esta é uma área cansativa, sem grandes retornos financeiros e com uma grande briga dos profissionais para crescer com os erros dos outros. Nem todo mundo iria se adaptar a esse esquema de trabalho. Em termos semelhantes, isto se dá para as outras fragmentações de intervenção profissional da Educação Física.
Como você percebe o comportamento dos profissionais que participam de seus cursos?
Infelizmente, a grande maioria dos alunos chega sem os conhecimentos que deveriam possuir ao decorrer ou fim de seu curso de graduação. Muitas das vezes, não consigo aumentar o nível dos estudos por falta de informações advindas da fisiologia e da biomecânica. Não por culpa dos alunos, já que, se estão procurando os cursos, são discentes preocupados com suas formações, todavia por culpa das Instituições de Ensino Superior, que objetivam apenas entregar um papel chamado diploma aos alunos. Quando chegam no curso esperando conhecimentos básicos, se deparam com conceitos complexos que não tiveram a oportunidade de aprender na Universidade, impedindo que aproveitem 100% as informações epistemológicas do curso.
O fato retratado não foi diferente comigo, no entanto, como sempre gostei muito de ler e estava engajado em laboratórios científicos, tive uma carga de leitura altíssima, me possibilitando alcançar estudos que as faculdades não me traziam. Quando me deparo com uma situação clara de falta de leitura durante o curso, começo a sugerir livros, artigos e autores, e rapidamente todos anotam os nomes para comprar os livros que já deveriam ter lido no curso de graduação. Não sei se consigo melhorá-los na profissão, mas com certeza, explico a eles a necessidades de virarmos seres críticos, e para isso, precisamos ler mais e mais.
Quais os planos para o futuro na Educação Física?
Tenho uma estrada imaginária já traçada. Meu sonho é terminar o Mestrado e Doutorado o quanto antes e iniciar minha carreira onde sempre sonhei, sendo docente em cursos de graduação e especialização. Pretendo também continuar o trabalho de pesquisa, já que minhas ideias e experiências não podem ser aprisionadas. Tenho necessidade de dividir o que estudo com todos vocês. Quando isso ocorrer, provavelmente será também o ano de extinção de minha empresa, para que assim, eu possa me dedicar de completo ao meu sonho.
Estão vindo, também, mais 2 livros com previsão de lançamento para 2013, um sobre Cyberbullying e o outro sobre Pilates. Estão todos convidados a sonhar comigo em minhas reflexões científicas. Um grande abraço a todos!