Balanço dos Jogos Panamericanos de 2011

Chega ao fim mais uma edição dos Jogos Panamericanos, que são realizados desde 1951. O Brasil consolida uma posição de destaque no cenário esportivo das Américas, tendo conquistado o 3º lugar geral no quadro de medalhas e ocupando o 4º lugar geral desde a criação dos jogos, atrás de Estados Unidos, Cuba e Canadá. Se for considerado o critério do número total de medalhas, o Brasil conquistou o 2º lugar no quadro de medalhas. Com mais de 500 atletas (recorde em competições fora do país) e cerca de 800 integrantes no total, a delegação brasileira, chefiada pelo ex-jogador de vôlei Bernard Rajzman, conquistou 141 medalhas ( 48 de ouro, 35 de prata e 58 de bronze). Os atletas do Brasil participaram de 43 modalidades das 47 programadas – exceto softbol, pelota basca, beisebol e raquetebol. Nossos atletas conquistaram medalhas em 34 das modalidades das quais participaram. Essa foi a melhor participação do Brasil nessa competição em uma edição fora de casa. A delegação brasileira ainda garantiu 24 vagas das 93 disponíveis para as Olimpíadas 2012.

Todo grande evento como esse deve servir de aprendizado para eventos futuros e os executivos do esporte brasileiro deveriam ter ficado atentos ao que aconteceu em Guadalajara, uma vez que iremos sediar a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016. A organização, nesse tipo de evento, deve ser minuciosamente planejada e testada em eventos menores, pois o país não terá uma segunda chance de causar uma boa impressão mundial. Problemas com a arbitragem, falta de cadeiras para jornalistas, falta de água na Vila do Pan, condições climáticas que não foram analisadas, trânsito caótico, falta de público nas competições, dentre outras, foram apenas alguns dos problemas encontrados no Pan 2011. Muitos atletas, também, relataram terem sido prejudicados pelo calendário apertado das competições nacionais e internacionais. Diversos atletas brasileiros se lesionaram na véspera dos jogos e não puderam competir.

Rede Record deixa a desejar na transmissão

O Brasil, país do esporte, conquistou alguns feitos nos XVI Jogos Panamericanos que são dignos de destaque, pois mostram o avanço de nossos esportistas, apesar da falta de incentivo político e financeiro. São estórias de superação de atletas de modalidades bem diferentes do futebol tão praticado em nosso país, que levaram nossos atletas a baterem 8 recordes panamericanos. Confira alguns destaques da participação brasileira:

O Brasil chegou à sua milésima medalha panamericana em Guadalajara, conquistada pela equipe masculina de ginástica artística.
Na ginástica rítmica, o Brasil superou o número de medalhas conquistadas no Pan 2007.
Fernando Reis conquistou uma medalha inédita para o Brasil no levantamento de peso.
Diego Hypólito conquistou o bicampeonato panamericano na ginástica artística.
Maurren Maggi conquistou o tricampeonato panamericano no salto em distância.
Angélica Kvieczynski é a única ginasta brasileira a subir quatro vezes ao pódio em uma única edição dos Jogos Panamericanos.
A seleção feminina de handebol conquistou o tetracampeonato panamericano.
Lucélia de Carvalho conquistou o tetracampeonato no caratê e é a única atleta brasileira a ter conquistado esse feito.
O brasileiro Jonathan Riekmann, apesar de não ter conquistado medalhas e terminado a prova da marcha atlética (50km) em 5º lugar, superou seu próprio tempo em 8 minutos (lembrando que Guadalajara está a 1700 metros acima do nível do mar).

A Rede Record deixou muito a desejar na transmissão dos jogos: muitas reprises em horário de competições ao vivo, não transmissão de conquistas de medalhas, transmissão de outros esportes enquanto o Brasil estava competindo, dentre muitas outras precariedades de uma emissora ainda sem experiência nesse tipo de evento. A falta de divulgação do evento, a falta de liderança no dia a dia da programação e, ainda, o resultado pífio da seleção masculina de futebol mantiveram a Record constantemente em terceiro lugar durante as transmissões. A emissora já detém os direitos de transmissão exclusiva das Olimpíadas de 2012, dos Jogos Panamericanos de Toronto 2015, das Olimpíadas de 2016 (no Rio de Janeiro) e dos Jogos Panamericanos de 2019 (ainda sem local determinado). Resta saber se a cobertura será melhor a cada ano ou se repetirão o fiasco das transmissões de 2011.