Segundo a Classificação Internacional de Doenças – 10 (CID – 10) situa os problemas referentes à aprendizagem na classificação Transtornos específicos do desenvolvimento das habilidades escolares (F81), que, por sua vez, está inserida na categoria mais ampla de Transtornos do desenvolvimento psicológico (F80 – 89). Todos esses transtornos possuem alguns aspectos em comum:
- inicia-se invariavelmente na infância,
 - comprometimento ou atraso no desenvolvimento de funções relacionadas à maturação do sistema nervoso central,
 - sintomas que não desaparecem.
 
A etiologia desses transtornos não é totalmente conhecida, mas supõe-se que haja uma associação de fatores biológicos e de fatores não-biológicos e que interagem entre si. Esses transtornos podem ser consequência de:
- falta de oportunidade de aprender,
 - descontinuidades na educação, resultantes, por exemplo, de mudanças de escola,
 - traumatismos ou doença cerebral adquirida,
 - comprometimento na inteligência global,
 - comprometimentos visuais ou auditivos não corrigidos,
 - comprometimentos motores
 
Tratamento e transtornos mais comuns
A atividade física pode auxiliar na maioria dos casos, pois desenvolve habilidades psicomotoras que são imprescindíveis para combater os sintomas. Uma equipe multidisciplinar, entretanto, é a melhor indicação para acompanhamento de pessoas acometidas dos transtornos. Para evitar e combater esses transtornos, seguem algumas dicas de procedimentos para os pais:
- Esteja em contato permanente com os profissionais que acompanham seu filho na escola e/ou durante o tratamento.
 - Encoraje seu filho, elogiando o esforço e não apenas a realização. Evite criticá-lo, pois crianças com esses transtornos são inseguras e possuem uma baixa autoestima.
 - Tenha paciência com seu filho fora do horário escolar, pois filho precisa de atividades individuais. Prepare-se para ensiná-lo e saiba que pequenas lições diárias são melhores do que lições mais longas, mas de forma esporádica.
 - Estimule atividades no dia a dia, como leitura de um outdoor, contagem de coisas, dentre outras coisas.
 - Após uma leitura, peça para seu filho contar o que entendeu. Comece com textos fáceis.
 - Livros gravados são excelente para treinar a memória visual e a memória auditiva.
 
Se seu filho não conseguir realizar alguma das atividades abaixo depois de uma determinada idade, pode ser um indicador de algum transtorno de aprendizagem:
- escrever legivelmente,
 - soletrar com exatidão,
 - aprender a ler,
 - aprender a calcular,
 - copiar formas,
 - recordar fatos,
 - seguir instruções;
 - colocar coisas em sequência.
 
Confira quais são os transtornos de aprendizagem mais comuns:
- Dislexia
 
O que é: dificuldade na leitura, escrita e soletração.
Sintomas: escrever as mesmas palavras de jeitos diferentes e cometer erros de ortografia sem um padrão.
Como identificar: brincar de escolinha, copiar palavras da lousa e ditado.
- TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade)
 
O que é: desordem de atenção e hiperatividade.
Sintomas: agitação, dificuldade de concentração, “desligar-se do mundo ” quando assiste à televisão ou joga videogame.
Como identificar: propor jogos que exijam atenção, como batalha naval.
- Disortografia
 
O que é: incapacidade de relacionar a linguagem com a gramática.
Sintomas: leitura sem ritmo (ignorar pontos finais, por exemplo), não reconhecer sílabas tônicas, escrever com erros.
Como identificar: pedir para a criança ler uma estória em voz alta.
- Disgrafia
 
O que é: problema motor que prejudica a escrita.
Sintomas: comportamento desastrado depois dos seis anos, letra muito feia, dificuldade para usar talheres ou amarrar sapatos.
Como identificar: jogar baralho, dar as cartas para a criança embaralhar ou distribuir.
- Discalculia
 
O que é: dificuldade para identificar e manipular números.
Sintomas: não entender a diferença entre os números e não identificar o maior e o menor (percebida após a 3ª série).
Como identificar: usar jogos de tabuleiro, com casas que misturam números e posições.
- Disartria
 
O que é: dificuldades na fala.
Sintomas: fala lenta e arrastada.
Como identificar: pelo próprio som da criança falando.