Enquanto o mundo se sedentariza, as pessoas tentam achar formas de diminuir os efeitos da falta da prática de exercícios ou da própria atividade física no dia a dia. Uma das propostas, nas empresas, é a adoção de programas de ginástica laboral, com o objetivo de trazer mais conforto e segurança no desempenho das funções laborativas. Esse “conforto” deve (ou deveria) ser abordado nas dimensões física e psicológica de cada trabalhador. E se os postos de trabalho estão, cada vez mais, estáticos, priorizando a preparação do trabalho, em detrimento da preparação do trabalhador (conforme conceitos da ergonomia), e sendo certo que esses postos de trabalho estáticos levam a uma condição de deterioração, principalmente, da saúde física, seria de se esperar que esses programas de ginástica laboral priorizassem o fortalecimento do corpo humano, preparando-o melhor pra o desempenho das funções de trabalho.
Infelizmente o que se vê, muitas vezes, são programas que priorizam muito mais o lado psicológico – que não deve deixar de ser abordado! – mas que parecem deixar a desejar na abordagem do corpo físico, quando inserem, como forma de trabalho, apenas exercícios de alongamento e “massagens”.
Claro que o alongamento vai ajudar a minimizar os efeitos dos movimentos repetitivos, mas por que não preparar o corpo para esses movimentos? O corpo humano foi feito para realizar movimentos, mesmo repetitivos! As LER – Lesões por Esforço Repetitivo – deveriam passar a se chamar LERFE – Lesões por Esforço Repetitivo Feito Errado. Esse é o grande problema: o esforço repetitivo feito de forma errada e que gera tantas lesões, faltas ao trabalho e prejuízos para as empresas!
Um programa de ginástica laboral deveria priorizar, então, exercícios de fortalecimento e de alongamento, para preparar o corpo do trabalhador para o desempenho, a contento, de suas funções laborativas.