Um estudo realizado no Departamento de Ciências da Saúde da Universidade de Jyväskylä, na Finlândia e publicado no conceituadíssimo Medicine & Science in Sports & Exercise em fevereiro de 2015 concluiu que o treinamento de alto impacto progressivo melhorou a qualidade da cartilagem patelar de mulheres na pós-menopausa que podem ter um risco de desenvolver a osteoporose, bem como o risco de osteoartrite. A quebra da rede de colágeno e o acúmulo de água na cartilagem articular são sintomas do início do processo degenerativo da osteoartrite. Se essas alterações puderem ser evitadas ou melhoradas, a velocidade de progressão da doença pode ser diminuída.
Os efeitos do exercício de alto impacto foram examinados nas cartilagens do joelho, nos sintomas da osteoartrite e no condicionamento físico em mulheres pós-menopausa. com osteoartrite de joelho leve. O estudo foi realizado em colaboração com diversos centros médicos daquele país.
Oitenta mulheres pós-menopausa entre 50 e 65 anos de idade e com dor no joelho na maioria dos dias do mês foram incluídas no estudo e distribuídas aleatoriamente em grupo de treinamento ou um grupo de controle. A osteoartrite de todas as participantes foi confirmada através de radiografias antes da distribuição dos grupos. O grupo de treinamento se exercitou baseado em um programa progressivo de exercícios de alto impacto, de forma supervisionada, três vezes por semana, durante 12 meses, enquanto o grupo controle continuou a sua atividade física normal. Os efeitos do exercício na textura da cartilagem patelar e na quantidade de líquido foram medidos pelo tempo de relaxamento T2 através de ressonância magnética.
[quote align=”center” color=”#999999″]A quebra da rede de colágeno e o acúmulo de água na cartilagem articular são sintomas do início do processo degenerativo da osteoartrite. Se essas alterações puderem ser evitadas ou melhoradas, a velocidade de progressão da doença pode ser diminuída.[/quote]
A modalidade de exercício mais eficiente para melhorar a resistência óssea parece ser exercícios de alto (tipo saltos), bem como uma rápida mudança de rumos do movimento. Antigamente, pensava-se que este tipo de exercício seria prejudicial para a integridade da cartilagem articular, embora a questão nunca tenha sido comprovada cientificamente. Um outro estudo (Multanen et al. 2014) também já havia concluído que pular é um exercício seguro para o joelho.
Este estudo mostrou que o treinamento melhorou a qualidade da cartilagem patelar e o condicionamento físico, como a força dos extensores do joelho e a aptidão cardiorrespiratória. A descoberta mais importante foi que os exercícios de alto impacto melhoraram a composição bioquímica da cartilagem, comprovada através de ressonância magnética, nas mulheres com osteoartrite leve. Além disso, o período de 12 meses foi muito bem tolerado, não induziu a dor no joelho ou rigidez e a adesão ao exercícios se manteve alta nesse período.
O significado clínico deste estudo é que mulheres na pós-menopausa, apesar da osteoartrite leve no joelho, podem e devem ser encorajadas a implementar progressivamente exercícios de alto impacto para manter e melhorar a sua saúde e a capacidade funcional.
Acesse o abstract do artigo no site do Pubmed.