Imagine a seguinte situação: o indivíduo se levanta da cama após uma noite não muito bem dormida – o stress do dia-a-dia faz com que seja assim – dá uns cinco, seis passos até o banheiro (verifique que os apartamentos estão cada vez menores) e depois mais uma mesma quantidade de passos até a cozinha. Sai para trabalhar. Mais uns poucos passos e está no elevador do prédio e, com sorte, seu carro está parado praticamente dentro do elevador. O câmbio é automático. O vidro é elétrico. Estaciona o carro próximo à porta do elevador do prédio em que trabalha. Sai do elevador quase na sua mesa de trabalho. Um giro de 180º em sua mesa (em uma cadeira giratória, é claro!) permite que tenha acesso a tudo o que necessita durante um dia de trabalho. O almoço é nada saudável. Ao chegar em casa senta-se para ver televisão. Vai dormir. Novo dia e tudo se repete…
Vivemos em um mundo globalizado que nos permite fazer praticamente todas as coisas com um simples telefonema ou o simples toque de um botão.
A evolução da sociedade humana para uma sociedade industrial automatizada faz com que o homem torne-se cada vez mais um ser sem movimento.
Esse mesmo homem não nasceu para ficar parado e a sociedade, que além de automatizada é violenta cerceia cada vez mais o movimento humano. Esse cerceamento do que é a essência da sobrevivência animal (e o homem não o deixa de ser) diminui a qualidade de vida do homem e sua capacidade de realizar tarefas básicas do dia-a-dia.
O sedentarismo surge como a doença da sociedade moderna – 70% da população do planeta não pratica exercícios físicos regularmente e a OMS estima que 2 milhões de mortes por ano sejam causadas pelo sedentarismo.
O sedentarismo por si só não mata. Junto dele e ao longo dos anos surgem as doenças crônico- degenerativas que podem levar à morte: hipertensão, doenças do coração e diabetes só para citar algumas.
A cura para o sedentarismo há muito já foi descoberta: atividade física. Não falo aqui da atividade física em academias de ginástica (isso é um passo mais adiante). Falo da atividade física do dia-a-dia: subir e descer escadas, andar a pé, lavar o carro, cuidar do jardim, esquecer dos controles remotos, ir até a pizzaria buscar a pizza etc, etc, etc.
Se você já tem algum tipo de doença crônico-degenerativa aí vai uma pergunta que eu ouvi certa vez em uma palestra e com a qual concordo plenamente: alguém poderia me dizer algum tipo de doença para a qual a atividade física (exercício físico) não seja um tratamento apropriado? Fora as já citadas, asma, bronquite, hemofilia, câncer, anemia, síndrome de Down, autismo, depressão e novamente etc, etc, etc.
A solução está aí: MEXA-SE. Se quiser dar aquele passo mais adiante sobre o qual eu falei procure um professor de Educação Física em um clube ou academia de ginástica. O que você não pode fazer é ficar parado. Cuide-se.