Recentemente foi lançado um documento, produzido em conjunto pelas Sociedades Brasileiras de Cardiologia, Pediatria, Endocrinologia Pediátrica e Hipertensão, traçando diretrizes e recomendações sobre peso, hipertensão arterial, colesterol, atividades físicas, alimentação e níveis de açúcar para…crianças. isso mesmo! A população brasileira está ficando doente cada vez mais cedo – e bem mais cedo!
Fast foods, lazer sedentário, e a cobrança cada vez mais acirrada para que as crianças se tornem adultas mais rápido, além de elevar seu nível de estresse, leva ao aparecimento de doenças que anteriormente eram tipicamente de adultos: hipertensão, diabetes, obesidade.
Entretanto, essas mesmas crianças estão também mais preocupadas com seu peso corporal!?!?!? Desde o final da década de 90 o número de crianças com anorexia nervosa – distúrbio psicológico caracterizado pela perda de peso voluntária de forma incontrolável, através de dietas, laxantes, diuréticos e que pode levar à morte – vem crescendo assustadoramente e praticamente dobrou nos últimos 2 anos.
As crianças estão, então, cada vez mais obesas e cada vez mais magras? Pode ser que sim. O apelo midiático em termos de uma alimentação não-saudável e modelos de lazer que priorizam o sedentarismo contrasta com o apelo – também midiático – de corpos “sarados” e modelados que seguem um padrão que só é realidade para umas poucas pessoas, mas que se torna exacerbado diante dos holofotes da imprensa.
Paradoxos a parte, o que fazer para mudar essa realidade? Atividade física.
Ainda que a fase de prevenção dessas doenças já tenha ficado para trás, ela é um coadjuvante imprescindível das terapias medicamentosas para tratamento dessas doenças.
Com uma educação voltada para hábitos de vida saudável, podemos mudar essa situação – fazer com que nossas crianças se tornem adultos saudáveis e diminuir, assim, os índices críticos de incidência de doenças causadas pelo sedentarismo e por hábitos alimentares não-saudáveis.